Nos dias seguintes, o Bill andava muito em baixo. Era a primeira vez que se entregava assim a alguém sem a conhecer realmente. Tinha decidido arriscar e no fim foi traído. Sentia-se a pessoa mais estúpida á face da terra. Eu e os rapazes estávamos sempre a tentar animá-lo, mas ele não melhorava.
Um dia quando nos levantamos de manha, o Bill não estava em casa. Não soubemos nada dele durante todo o dia. Ele não estava na praia, nem no bar, nem em lado nenhum ali perto. Não atendia o telemóvel. Estávamos todos muito preocupados.
Ao fim da tarde estávamos em casa quando ele chegou. Vinha um pouco estranho, e recusava-se a tirar os óculos de sol.
Tom: Porque é que não tiras os óculos Bill?
Bill: cala-te. Não me chateis.
Tom: cala-te tu e tira os óculos se faz favor. – ele não tirou.
O Tom aproximou-se dele e tirou-lhe os óculos bruscamente.
Tom: não posso acreditar. – estava espantado a olhar para o irmão.
Georg: Bill, o que é que tu fizeste?
Andreas: o que é isso? Oh meu deus…
Tinha umas olheiras enormes, estava pálido..estava mesmo com ar de quem estava drogado.
O Bill sentou-se num sofá e enterrou a cabeça nas mãos um pouco acima dos joelhos. Começou a chorar.
Bill: eu fui para um lugar que não conhecia, um lugar esquisito. Queria estar sozinho. Longe de tudo. Apareceram uns homens e disseram que eu precisava de algo para me animar. Levaram-me com eles e…
Tom: mas tu és burro? Andaste a snifar?? Não sabias o que era? – disse revoltado.
Bill: eu não pensei porra!!
Tom: mas devias ter pensado. – eles já estavam aos gritos.
Eu estava no meu quarto e comecei a ouvir aquela gritaria toda lá em baixo. Corri para ver o que tinha acontecido.Quando cheguei vi que todos olhavam para o Bill e o Tom andava de um lado para o outro completamente descontrolado.
Eu: que se passa? Bill?
Ele escondeu a face nas mãos.
Eu: Bill??
Bill: vai-te embora Su. Não quero que me vejas assim.
Eu: não. Eu não vou embora. – sentei-me a seu lado e puxei-lhe as mãos. Olhei-o. – Bill, porque? Porque que fizeste isso??
Bill: eu..- encolheu os ombros. – não sei…- outra lágrima caiu-lhe. Limpei-a e abracei-o.
Tom: porque é um idiota. – disse chateado.
Bill: cala-te. Deixa-me em paz..
Eu: Tom..- levantei-me e dirigi-me a ele.Não achas que devias estar a apoia-lo em vez de o estares a deitar cada vez mais a baixo? Não achas que ele já está mal o suficiente? Olha para ele. – olhamos os dois para Bill. – ele precisa de ti, mais do que nunca, e tu só o estás a deitar abaixo. Tom: tens razão.- aproximou-se do irmão e abraçou-o.Desculpa, eu sou um estúpido. Desculpa ter-te falado assim. Eu só não quero que te aconteça nada de mal e tu..foste meter-te nisso…
Bill: não faz mal.
Tom: promete que nunca mais o fazes..
Bill: prometo.
Abraçaram-se de novo.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
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