terça-feira, 29 de julho de 2008

2º capitulo

Um dia tive um sonho. Um sonho onde o meu irmão me dizia que me amava, e que não me queria ver daquela forma. Queria que eu sorrisse, que fosse feliz. Queria que eu voltasse a ser a rapariga que era antes daquele dia.
Acordei, ouvia as gaivotas lá fora, as ondas do mar, pessoas a gritar, a falar, a rir..
Decidi levantar-me (a muito custo) e ir á janela. Lá fora via a praia cheia de gente. A minha casa era grande e linda e estava mesmo á beira-mar, praticamente pegada ao areal.
Via também os nadadores salvadores a correr, a entrar na água e a trazer de volta alguém. Por segundos acho que sorri. Como eu amava aquilo. Como eu amava sentir aquela satisfação dentro de mim, por ter salvo alguém.
Pensei no meu irmão, no que ele me dissera no sonho..mas eu não conseguia.
Eu: desculpa – disse alto como se ele estivesse ali a ouvir.
Mesmo assim decidi sair.
Tomei banho, vesti um top e uns calções, calcei uns chinelos e fui até á praia.
Hanne: Rafael, aquela não é a tua irmã? – dizia com a mão na testa para tapar o sol.
Rafael: sim, é a Su. – sorriu e correu para mim. Parou quando se estava mesmo a aproximar. Eu sabia que ele estava feliz de me ver ali e que me queria abraçar, mas eu ainda não estava preparada.
Rafael: fico muito feliz de te ver por aqui.
Sentei-me ali mesmo e ele sentou-se a meu lado.
Falamos sobre coisas normais..mas não tocamos no assunto Ruben, era esse o nome do meu outro irmão que morrera.
A Hanne aproximou - se e também entrou na conversa. O meu pai viu-nos ao longe, e acenou a sorrir.
Os dias passaram, e eu ia melhorando, apesar de ainda ser a pessoa fria, amarga, e esquiva em que me haveria tornado. Pelo menos já falava. Pouco, mas falava.

Passava parte dos meus dias na praia a observar as pessoas ou então no bar da praia que o meu pai explorava.
Eu era uma rapariga muito bonita, outrora era vaidosa, cuidava do meu corpo, fazia exercício, maquilhava-me. Mas agora não fazia nada disso. Ainda assim era linda e os rapazes olhavam para mim. Às vezes tinha ataques de pânico e ia a correr para casa. Talvez houvesse quem me chamasse louca, mas eu nunca fui pessoa de me preocupar com o que os outros pensavam sobre mim e também não era agora que ia ser diferente.

Certo dia, o meu irmão decidiu ir dar uma volta pelas docas. Já estava a anoitecer, ia voltar para casa quando viu uns homens a empurrar alguém para dentro de um armazém que lá havia. O armazém tinha um aspecto abandonado. A pintura estava a cair. Via-se que não era utilizado há anos. Ou então o dono não estaria interessado em melhorar o seu aspecto. Contudo achou tudo aquilo estranho e escondeu-se. Conseguiu reparar que a pessoa que estava a ser levada para dentro do armazém era um rapaz e era jovem. Ia com uma venda nos olhos e as mãos presas atrás das costas. Os homens que o levavam olhavam em volta para se certificarem que não eram vistos. Ele estava escondido atrás de um barco que tinham tirado da doca e que ainda não tinham levado pelo reboque.
Ficou ali, á espera de ver o que acontecia. Pouco tempo depois os tais homens saíram, entraram no carro e partiram. Mas do rapaz não havia sinal.
Ainda deve estar lá dentro – pensou.
Decidiu arriscar e ir ver. – sim, ele sempre fora muito corajoso, assim como o Ruben, embora a este a coragem lhe tenha levado a vida.
Aproximou-se. O portão estava trancado. Era impossível abri-lo. Deu a volta ao armazém. Havia uma janela. Aproximou-se e espreitou lá para dentro. Dava para ver alguém sentado numa cadeira, preso pelas mãos e com uma venda. Empurrou a janela com força. Moveu-se um pouco. Sabia que se empurrasse com força ela abria-se. E assim o fez. A janela estava tão velha que ao abrir-se uma das partes partiu-se por estar podre e caiu para a parte de dentro.
A cabeça da tal pessoa voltou-se para ele, devido ao barulho. Pulou para dentro do armazém e dirigiu-se ao rapaz. O armazém estava cheio de redes de pesca e outras coisas velhas. Estava visivelmente abandonado. Quando chegou perto do tal rapaz viu que ele tinha a roupa um pouco rasgada, e tinha os braços e a cara cheia de ferimentos. Alguns deles pareciam ter muito pouco tempo, pois o sangue não estava seco como noutros locais do corpo.
Tirou-lhe a venda. Assim que ele olhou para o meu irmão, uma lágrima caiu-lhe.
Ajuda-me – disse baixinho.

4 comentários:

Anónimo disse...

Blog LINDO!!!!
Fic linda e fofah =D

Anónimo disse...

Blog LINDO !!! Mejmoo *_*
Adorei


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Rita Listing disse...

LINDO!!!
qem será q está ali preso??? Aposto q é alguem dos TH...

bjsghj

Anónimo disse...

lol

e o rapaz q estava preso, deixa-me adivinhar, era o tom?