sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Oneshot 4

É hoje, a festa que a Simone e o Gordon organizaram. O salão estava cheio de amigos.
Olhei-me ao espelho. Tinha o cabelo ondulado. Algum dele estava preso com ganchos em cima da cabeça. Tinha um vestido cai-cai preto com um cinto de cetim roxo á cintura, que depois fazia um laço de lado. Nos pés, uns sapatos de salto alto pretos. Maquilhagem preta e roxa, a contrastar, mas nada carregado.
Desci as escadas. Assim que cheguei cá abaixo vi a Simone. Ela veio até mim.
Enquanto ela caminhava para mim, passei os meus olhos pela sala e o meu olhar prendeu-se junto á janela.
Ele olhou-me e sorriu. Sorri-lhe também.
Simone: minha querida, estás tão linda.
Eu: oh, obrigada. Mas a Simone é a mais linda da festa.
Simone: Obrigada filha. Bem, vou ali ter com uns convidados.
Eu: claro.
Deixei-me ficar por ali, apenas a observar o ambiente.
Tom: já te disse que és a mulher mais linda que eu já vi em toda a minha vida? – Disse-me ao ouvido. Tinha chegado por detrás de mim, e enquanto me disse aquelas palavras estendeu-me uma taça de champanhe.
Eu: e eu já te disse que tens de ir ao oftalmologista?
Tom: um brinde?
Eu: e vamos brindar a quê?
Tom: A nós.
Eu: A nós.
Vamos ter com os outros?
Tom: vamos.
Dirigi-me até aos outros rapazes.
Eu: olá.
Georg: olá. Mas tu hoje estás.. – olhou-me de cima abaixo. – linda!
Os outros acenavam afirmativamente, como que a concordar com o Georg.
Eu: Obrigada. - Sorri.
Fiquei ali com eles. Estivemos o tempo todo na conversa e a rir, de coisas que não interessavam nada.
Algum tempo depois fomos jantar. O Tom ficou a meu lado. Aliás, não havia uma refeição lá em casa em que ele não se sentasse a meu lado. Na mesa, haviam lugares marcados. O Gordon ficava á cabeceira, a Simone á sua direita, e depois o Bill. Á esquerda de Gordon, ficava o Tom. Por isso, desde que me mudei para aquela casa, devido ao intercambio, que o meu lugar na mesa era ao lado de Tom, em frente ao Bill.
O jantar correu muito bem. A comida estava excelente e estavam todos muito animados.
Por vezes, o Tom olhava-me. E eu retribuía.
Já nos conhecemos há muito tempo. Passamos muito tempo juntos. Conversamos, partilhamos sonhos, segredos..Sempre foi um bom amigo. Mas a amizade cresceu e tornou-se em algo mais. No entanto, não costumamos falar sobre esse tipo de sentimentos. Acho que por vergonha, por medo, não sei.
Agora andávamos naquela fase do avança, não avança..
Eu gostava dele, ele gostava de mim, já nos tínhamos beijado 2 vezes, mas não tínhamos assumido nada. Estávamos naquela face bonita, antes de algo assumido. A face da conquista, dos olhares, dos sorrisos..dos sonhos. :)
Talvez por minha causa, esta fase estava a ser tão longa. Sinceramente tinha medo de assumir algo. A vida que ele tinha não é propriamente a vida que eu queria que o meu namorado tivesse. Ia estar muito tempo ausente, e eu não sei se aguentaria isso. Mas o amor torna-nos mais fortes não é? Talvez até nem fosse assim tão difícil. Talvez se lutássemos os dois, conseguíssemos vencer todos os obstáculos e ser felizes mesmo assim.
Talvez arrisque. Mas não vou apressar as coisas.
Em relação a outras raparigas, sei que posso ficar descansada. Confio no Tom e para além disso ele já me provou que não quer nada com mais ninguém.
Numa das poucas conversas que tivemos sobre isto, ele deu a entender que ia esperar por mim o tempo que fosse preciso.
Quando o jantar terminou, todos se levantaram, e voltaram para o salão.
Tom: vem. – disse puxando-me pela mão.
Quando nos afastamos um pouco mais daquela gente toda,
Tom: queres vir comer gelado comigo lá pra fora?
Eu: pode ser. – sorri.
Dirigimo-nos á cozinha. Havia vários sabores. Cada um pegou numa taça e serviu-se.
Saímos pela porta da frente e sentamo-nos num dos degraus que ali havia.
Instalou-se o silêncio. Apenas se ouvia o barulho de dentro da casa, e de vez em quando, o barulho das nossas colheres a baterem nas taças.
Tom: posso provar do teu?
Eu: claro. Espera, eu dou-te. - Coloquei gelado na minha colher e levei-lhe á boca.
Tom: queres provar o meu?
Eu: sim.
Ele seguiu o meu exemplo e fez o mesmo, levando-me a colher á boca.
Quando terminamos, ele pediu-me a taça e pousou-a, juntamente com a dele, numa mesinha que ali havia.
Mais silêncio…
Não sei porquê, mas estava a sentir-me bastante nervosa.
Ele virou-se um pouco mais para mim e pegou na minha mão. Corei. Olhei para o chão. Ele pôs o dedo no meu queixou e virou a minha cara para ele.
Tom: Estás linda.
Eu: obrigada.
Tom: vem cá. – Fez com que me sentasse no degrau mais abaixo e encostou-me para ele. Tinha as minhas costas no tronco dele e a minha cabeça pousada no seu ombro. Ele abraçava-me pela cintura. Lentamente, desviou o meu cabelo para o lado oposto da sua face, fazendo o meu pescoço ficar a descoberto. Pousou a sua boca no meu pescoço. Beijou-o suavemente. Depois deixou-se ficar. Fechei os olhos. Era tão bom estar ali sozinha com ele, nos braços dele, sentir a sua respiração no meu pescoço… ficava assim para sempre. :p
De vez em quando sussurrava-me palavras bonitas ao ouvido. Eu acariciava-lhe as mãos, os braços. E uma vez levantei a cabeça enquanto ele olhava em frente e beijei-o por baixo do queixo.
Entrelaçou os seus dedos nos meus.
Silêncio, e mais silêncio.
Tom: ficava assim para sempre. – beijou-me a face.
Eu: também eu. – disse baixinho.
Tom: vem.
Levantou-se, pegou-me na mão e sem a largar caminhamos um pouco pelo jardim da casa.
Tom: vamos sentar aqui. – Disse apontando para um banco de pedra que estava por baixo de uma árvore enorme.
Sentei-me é pontinha do banco, como que a medo. O nervosismo apoderava-se de mim, segundo após segundo.
Ele sentou-se também naquele banco, de lado, pondo uma perna para cada lado do banco. Aproximou-se de mim, e levantou-me as pernas, de modo a por a sua por baixo das minhas. Estávamos muito perto. Voltou a tocar-me as mãos. Estremeci.
Tom: porque estás tão nervosa meu amor? – Disse carinhosamente.
Meu amor? Ele disse meu amor? OMG..Agora sim, estava mais nervosa do que nunca.
Eu: não sei. – Encolhi os ombros.
Roçou o nariz pela minha face e beijou-me na testa.
Olhei-o. Ali, á noite, apenas com aquela lua cheia enorme a iluminar-nos, parecia que o olhar dele brilhava. Passei o meu dedo indicador pela sua face. Ele fez o mesmo. Começou a aproximar-se. Voltou a acontecer. Envolvemo-nos num beijo que parecia não ter fim. Um beijo acompanhado de carinho. As suas mãos percorriam a minha face, os meus ombros descobertos, as minhas costas…
Tom: Amanda, não quero, não aguento esperar mais. – Falava com a sua boca quase colada á minha. – Quero estar contigo, quero beijar-te a toda a hora…Amanda, queres namorar comigo?
Beijei-o.
Tom: Isto é um sim? – Disse a sorrir.
Eu: sim.
Abraçou-me. Abraçou-me forte.
Eu: Tom.. – Afastei-me um pouco dele, para que pudesse ver a sua face por completo. Ele olhava-me, á espera que eu falasse.
Eu: Amo-te. – Disse-lhe baixinho ao ouvido.
Quando me afastei novamente, vi que tinha os olhos fechados. Eu sabia que era a primeira vez que ele ouvia aquela palavra. Nunca antes, alguém lhe dissera um amo-te sentido. Um amo-te verdadeiro.
Abriu lentamente os olhos, olhou-me.
Tom: repete, por favor. – Sussurrou.
Eu: Tom Kaulitz Trümper, eu amo-te. –disse-lhe olhando-o nos olhos.
Tom: nem sabes como é bom ouvir isso da tua boca. – Passou os dedos na minha boca.
Também te amo. Tanto. Tanto.
Beijamo-nos.
Encostei-me a ele. Agora era eu que tinha a face no seu pescoço. Dei-lhe pequenos beijos.
Era tão bom abraça-lo. Sentir o meu corpo junto ao seu. Sentir os seus braços a envolver-me. Sentir o seu cheiro a entrar pelas minhas narinas…
Ele afastou-me e beijou-me.
Eu: vamos voltar para dentro?
Tom: vamos.
Caminhamos de mãos dadas até á porta de entrada. Depois, largamos a mão do outro e entramos. Apenas quando todos os convidados saíssem, iríamos contar aos outros.
A noite passou, e quando todos saíram, o Tom puxou-me para junto dele.
Tom: Mãe, Bill, Gordon, Pessoal – disse olhando para o Georg, Gustav e Andreas – quero apresentar-vos a Amanda, a minha namorada.
Bill: Finalmente. – Veio até nós e abraçou-nos.
Simone: Finalmente, alguém meteu juízo na cabeça deste meu filho. – e abraçou-nos também.
Ainda estivemos ali um pouco, mas depois a Simone foi-se deitar.
Tom: já volto.
Já no andar de cima,
Tom: mãe – chamou.
Simone: sim filho, diz.
Tom: mãe, sabes, eu e a Amanda agora namoramos e..
Simone: e?
Tom: ahm, achas que posso dormir com ela esta noite?
Simone: claro que podes Tom – disse a rir – tu sabes que eu sou uma pessoa moderna, e que não me importo nada com essas coisas. Podem dormir juntos, mas juízo.
Tom: Não te importas mesmo? Obrigado.
Desceu novamente.
Gordon: Bem, também vou indo. Até amanha.
Georg: e nós também vamos não é pessoal?
Até amanha. Despedimo-nos.
Eu: vou dormir. Até amanha meninos. – dei um beijo ao Tom, fiz adeus ao Bill e subi.
Entrei no quarto, despi o vestido e vesti o meu pijama. Deitei-me. Minutos depois bateram á porta.
Tom: olá. Posso entrar?
Eu: claro.
Entrou, fechou a porta, dirigiu-se a mim e meteu-se debaixo dos lençóis comigo.
Tom: que achas de dormirmos juntinhos?
Eu: humm, acho muito boa ideia, mas e a tua mãe?
Tom: eu já falei com ela, não há problema. – disse a sorrir.
Beijamo-nos.
Foi tão bom adormecer agarradinha a ele..sentir a sua respiração na minha testa, o seu braço a envolver o meu corpo…^^
A primeira de muitas noites..

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Oneshot 3

Mais um dia de trabalho. Estava a chegar a casa. Estacionei o carro na garagem e dirigi-me á porta de entrada. Mal entrei vi-o no sofá, onde estava sempre. Aproximei-me..na mesinha haviam 2 garrafas vazias. Ele estava encostado no sofá a dormir. Peguei nas garrafas, dirigi-me á cozinha e coloquei-as no lixo. Comi qualquer coisa e voltei para a sala para junto dele. Fiquei a ver TV até que acordasse. Passado pouco tempo.. Já chegaste? Levantei-me do sofá onde estava e aproximei-me dele, sentando-me a seu lado. . Beijei-lhe a face. Dói-me a cabeça. Queres que te traga um comprimido? Não, deixa. Tentou levantar-se, mas logo caiu para trás. Sim, estava bêbado. Merda. Jogou as mãos á cabeça.
Era sempre assim. Todos os dias quando chegava do trabalho o Tom estava bêbado. Parece que só aquilo lhe dá prazer. Só a bebida parece ser a sua razão de viver. Começou a beber porque dizia que a bebida o relaxava, e que precisava de relaxar por causa de todo o stress acumulado, devido á banda. Mas rapidamente passou de uns copos á noite, para 2 ou 3 garrafas por dia. Ele tornara-se alcoólico e era incapaz de o admitir. Os Tokio Hotel acabaram devido ao seu problema. Raramente estava sóbrio e assim era impossível continuar. Recusava qualquer tipo de ajuda, fosse de quem fosse. Afastava toda a gente de si, até o seu próprio irmão. Apenas eu continuava ao seu lado.
Recusava-se a falar comigo. Tom, vou dormir. Até amanha. Tchau.
No outro dia de manha quando ia a sair ainda ele estava a dormir no sofá. Beijei-lhe a testa e sai.
Á tarde quando cheguei, ele estava acordado, bêbado e completamente descontrolado.
Onde é que andaste? Isto são horas de chegar a casa? Mas amor, eu chego sempre á mesma hora. Cala-te. Onde é que andaste? A trabalhar. Pois pois.. Olhei para cima da mesa. Havia 2 garrafas de vodka e 1 de whisky completamente vazias. Tom, tu bebeste isto tudo? Disse pegando numa das garrafas. Mas o que é que tu tens a ver com isso? Sou eu que pago não é? Então cala-te. Não se trata de dinheiro Tom, mas sim da tua saúde, da tua vida. Tu já viste a vida que levas? Tu tens de te tratar. Agarrou-me o braço com força. Eu faço o que quero e ninguém me diz o que devo ou não fazer. Disse zangado. Tom, gritei-lhe, isto não pode continuar assim. Tu tens de ser internado. Assim que acabei de dizer estas palavras ele deu-me um estalo. Fiquei estática. Namorávamos há 2 anos, vivíamos juntos há 1 e nunca na vida ele me tinha tocado. Olhei-o. Já não o reconhecia. Não era o meu Tom que estava ali á minha frente.
No momento em que me bateu, pareceu acordar daquele estado em que se encontrava. Apercebeu-se do que fez e olhou-me com o olhar mais culpado deste mundo. Olhando-me nos olhos suplicava por um perdão que os lábios não conseguiam proferir. Uma lágrima caiu-me pela face e sai da sala a correr. Tranquei-me no quarto. Ele subiu atrás de mim, bateu á porta, chamou por mim, mas eu não lhe respondi.
Na manha seguinte quando sai para trabalhar, vi que ele tinha dormido ali á porta do quarto.
Não o acordei para ele ir para a cama, não o tapei, nem lhe dei o habitual beijo antes de sair. Estava magoada. Muito magoada. Já tinha suportado muita coisa por causa dele. Suportava as palavras duras, as humilhações, o facto de ele me agarrar com força, aguentava tudo porque acima de tudo eu amava-o. E ia continuar a amar, sempre. No fundo tinha a esperança que um dia ele acordasse e pedisse ajuda. Tinha esperança de voltar a ter o Tom comigo. O meu Tom. Aquele rapaz alegre, sempre com a guitarra atrás, que amava a vida, que não gostava de ver ninguém triste á sua volta. Que dava a vida por mim, pelo irmão… e que apenas bebia um copo ou outro á noite com os amigos, e que apanhava uma bebedeira de vez em quando..Não este.
Mas uma coisa é certa. Não o vou abandonar. Não. Eu amo-o demais. Eu vou lutar por ele até não ter mais forças. Vamos voltar a ter a vida que tínhamos. Vamos voltar a ser felizes.
Nessa tarde quando cheguei a casa o Tom estava caído no chão, junto às escadas. Pensei logo que tinha caído das escadas e que poderia estar gravemente ferido. Chamei uma ambulância.
No hospital esperei na sala de espera até que um médico veio ter comigo. Então doutor, como é que ele está? Ele está bem. Não houve nenhum problema com a queda, mas sabe que ele tem outros problemas. Sim. Baixei o olhar. Ele precisa de ser tratado. Sim, mas ele recusa-se a aceitar ajuda. Não creio que..bem, se calhar era melhor ir vê-lo. Sim. Entrei no quarto. Ele estava deitado numa cama, tinha uma agulha espetada num dos braços. Assim que sentiu alguém a entrar virou a cabeça para a porta. Aproximei-me. Ele acompanhou-me com o olhar. Sentei-me a seu lado na cama. Levantou o braço e acarinhou a minha face. Eram raras as vezes em que eu o via assim, sóbrio. Uma lágrima caiu-lhe pela face. Depois outra e mais outra. Perdoa-me meu amor. Perdoa-me por tudo. Eu…eu não estava em mim…eu sei que não tenho perdão, mas..shh, coloquei o meu indicador nos seus lábios. Está tudo bem. Não, não está nada tudo bem. Eu sou um monstro. Tu foste a única pessoa que ficou a meu lado. Depois de tudo o que te fiz, tu continuaste a meu lado. Tu continuaste a lutar quando todos desistiram, até quando eu próprio desisti..Está tudo bem amor. Eu só queria que tudo voltasse a ser como antes..que voltássemos a ser felizes.. Baixei o olhar. Eu também quero isso. Olhei-o. Queres? Acho que os meus olhos ganharam o brilho que tinham perdido há meses atrás. Sim. Quero. Eu sei que.. Via-se que ele estava a tentar ganhar coragem para dizer aquelas palavras. Eu preciso de ajuda. Eu quero trata-me amor. Quero voltar a ser como antes. Sorri. Sorri como não sorria há muito tempo. Beijamo-nos.
No final da semana, ele saiu do hospital e foi para uma clínica. Iria lá ficar 4 meses pelo menos. O tempo que lá ficaria só ia depender da sua resposta ao tratamento. Eu ia visitá-lo todos os dias depois de sair do trabalho. Um dia decidi levar-lhe a guitarra. Podia ser que ficasse mais animado. Mal peguei na guitarra vi que tinha as cordas todas partidas. Mudei as cordas e fui para a clínica. Trouxe-te uma surpresa. Assim que viu a guitarra os seus olhos brilharam. ^^ Mas..as cordas..As cordas estão óptimas amor. Ele tirou a guitarra da capa e viu que já não haviam cordas partidas. Tu arranjaste-a? Sim. Já viste as coisas que uma pessoa aprende por ter um namorado guitarrista? Rimos os dois. Fomos para o jardim da clínica. Toca qualquer coisa. Escolhe. Humm..By Your Side. Ele tocou. Quando terminou segredei-lhe ao ouvido, Haja o que houver, vou estar sempre a teu lado. Ele sorriu. Amo-te tanto. Eu também te amo Tom. Obrigada por teres ficado sempre a meu lado. Perdoa-me por tudo. Eu vou curar-me. Beijei-o apenas. Caiu-lhe uma lágrima. Limpei-a e sorri-lhe. Obrigada
Num dos dias seguintes levei o Bill comigo. Desde há muito que eles não se falavam.
O Tom estava num banco do jardim quando chegamos. O Bill ficou para trás. Eu aproximei-me do Tom. Cumprimentei-o. Amor, hoje não vim sozinha. Não? Então? Fiz sinal ao Bill para se aproximar. O Tom levantou-se. Ficaram frente a frente, apenas a olharem-se. Nenhum deles tinha coragem de abraçar o outro. Finalmente Bill abraçou o irmão. Um abraço forte. Um abraço de perdão. Choraram os dois abraçados. Choraram sem vergonha.
5 meses depois, fomos todos buscá-lo. Eu, o Bill, o Gustav, o Georg e o Andreas. Ah e claro, a Simone. Fomos para casa. Jantamos todos juntos. Pela 1º vez desde há muito tempo voltei a ter ali comigo em casa, o meu Tom. Voltei a dormir bem juntinha a ele. Voltamos á nossa vida normal. Semanas depois o Tom chamou todos lá a casa e fez a proposta de continuar com a banda. Ficaram todos muito felizes e aceitaram.
Hoje é o 1º concerto. O pavilhão está cheio. As fans são as melhores. Nunca, por algum momento os abandonaram. A partir de hoje, os meus concertos são dedicados a ti. A minha vida é dedicada a ti. Porque se eu tenho vida hoje, a ti a devo, á tua luta, á tua força, a ti e só a ti, que por nenhum momento desististe-te de mim. Amo-te.
Começou agora uma nova fase das nossas vidas. Agora damos mais valor a tudo. Agora vivemos um dia de cada vez, vivemo-lo como se não houvesse o amanhã.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Oneshot

Mais uma Oneshot..espero que gostem :)

Quando terminei o 2º ano do meu curso de Design, decidi ir concluir os restantes 2 anos na Alemanha. Sempre tive um fascínio por aquele país, porquê? Não sei explicar ao certo. As paisagens, a história, os judeus…
A faculdade tratou de tudo. Ia numa espécie de intercâmbio, onde iria ficar na casa de um casal durante os dois anos de curso.
Assim que cheguei, o casal que me iria acolher mostrou-me a casa, o meu quarto, e estivemos algum tempo á conversa. Depois de arrumar as minhas coisas decidi ir dar uma volta para conhecer melhor as redondezas. Num poster, na montra de uma loja de música, vi que dali a pouco iria haver 1 sessão de autógrafos da famosa banda Tokio Hotel. Sim, eu era Fãrrérrima :p
Agora sim, percebia aquele aglomerado de gente. Decidi sentar-me num banco do outro lado da rua. Algum tempo depois, uma carrinha escura, parou na rua á direita da loja, e vi aquelas 4 figuras a entrarem, por uma das portas das traseiras. Aquela multidão começou a entrar e a sair. Via-se que estavam felizes..umas sorriam, outras choravam, de felicidade, eu sei.
Decidi entrar. Eles estavam sentados numa mesa de frente para a porta da loja, e de lado havia 1 balcão vazio. Sentei-me em cima do balcão a observa-los.
As raparigas iam avançando, e eu não tirava os olhos deles. O Tom por momentos, pareceu olhar-me, mas logo desviou o olhar para voltar a autografar mais um caderno.
Quando todas as fans se foram embora, restava eu, sentada naquele balcão. Eles dirigiram-se a mim, e tu, não queres um autógrafo? Não, deixa. Eu peço-vos mais tarde. Vão descansar. Sorri.
Eles acharam aquilo muito estranho e seguiram o seu caminho. Sai da loja. Caminhei junto ao rio. Já estava a ficar escuro. Estava já perto de casa quando vejo uma figura sentada num banco de jardim. Aproximei-me. Lágrimas corriam pela sua face. Sentei-me a seu lado. Vem cá. Abracei-o, e ele pousou a sua cabeça no meu ombro. Acarinhei-o. Ele desabafou comigo. Não me conhecia, mas naquele momento eu transmiti-lhe a confiança necessária. Vem. Puxei-o pela mão e começamos a caminhar. Quando chegamos á porta de casa, tirei a chave da mala. Hey, como é que…Apenas lhe sorri e abri a porta. Vem. Disse-lhe, visto que ele ficou parado. Ainda bem que chegaste querida, quero apresentar-te os meus filhos. Estou a ver que já conheceste um…mas olha, este é o Bill. Olá, dei-lhe 2 beijinhos. E o Tom chegou contigo. Meninos, esta é a Amanda, a rapariga do intercâmbio que vos falei. Aí sim, fez-se luz na cabecinha do Tom.
Ajudei a Simone com o jantar. Não vou negar, até me safava bem na cozinha. A minha mãe tinha-me ensinado muita coisa. Depois do jantar, fomos todos para os sofás na sala, e estivemos a conhecermo-nos melhor. Eu e o Tom estávamos constantemente com trocas de olhares. Ele mexia comigo, não posso negar, mas ele tinha a fama que tinha e eu não me ia deixar cair nas suas falinhas mansas e ser apenas mais uma na sua lista.
O tempo foi passando, eu tinha o curso, e depois á noite estudava e ajudava a Simone.
A minha relação com os gémeos estava cada vez melhor. Éramos muito amigos. Estávamos sempre na brincadeira os três, fazíamos moches, passeávamos á noite (que ninguém os via) etc etc..ah e eu estava uma craque na PSP. Até já ganhava ao Tom, o que o deixava fulo. Nunca conheci ninguém com tanto mau perder.
Às vezes refugiava-me no meu quarto, escrevia textos no meu portátil, perdia-me nos meus pensamentos… Os rapazes achavam-me misteriosa, pois nunca lhes falava do que escrevia, do que pensava….o Tom por várias vezes tentou, como quem não queria a coisa, ver o meu pc, mas eu tinha password e ele reclamava, Opá, porque tens password? Tens aqui algum segredo que ninguém pode descobrir? Ai chato, não, não tenho nenhum segredo, seu cusco. Queres ver o meu pc, é? Ele acenou com a cabeça. Aqui tens. Pus a password e ele sorriu. Enquanto eu arrumava umas coisas no meu quarto, ele estava a ler algo no meu pc. Aproximei-me. Sim, estava a ler os meus textos. Então, contente por estar a ver o meu pc? Disse deixando-me cair sobre as suas costas e colocando os meus braços á volta do seu pescoço por trás. Sim, muito. Agarrou-me os braços e puxou-me para a sua frente. Estava com uma cara estranha. Que se passa? Eu conheço essa cara. Estás bem? Ele baixou o olhar. Coloquei a minha mão no seu queixo e puxei a sua cabeça para cima. O seu olhar fixou o meu. Sabes que podes confiar em mim, não sabes? Ele acenou. Sinto..sinto-me diferente. Não sei explicar, mas às vezes sinto-me sozinho. Eu sei que se quiser há sempre uma rapariga que quer vir comigo para o meu quarto, mas a verdade é que até disso já me começo a fartar. É tudo tão falso, tão fútil..não sei. Ás vezes, penso que ninguém gosta de mim verdadeiramente, que se não fosse por ser quem sou, ninguém quereria a minha companhia..baixou o olhar novamente. Oh Tom, não te quero ver assim. Tens muita gente que gosta de ti como tu és, e não por seres o guitarrista dos Tokio Hotel. Os teus pais, o Gordon, o Bill, toda a tua família e amigos..e..eu. Sorri. Abracei-o. Beijei-lhe a face. Mais tarde fui ao meu quarto chamá-lo para jantar, já que ele tinha lá ficado deitado na minha cama.
No dia seguinte, estávamos os três na sala. Eu estava a jogar PSP com o Bill e ganhei. Começamos a brincar e às tantas eu já estava deitada no chão, a sofrer um ataque de cócegas por parte do Bill. O Tom ria no sofá. Tocaram á campainha. O Tom foi abrir. Entretanto eu e o Bill paramos e sentamo-nos no sofá.
O que é que tu queres? Que estás aqui a fazer?
Olá, então, tiveste saudades minhas? Eu sei que sim, não negues…
ia acariciar-lhe a face, mas ele deteve-a.
Oh não. Aquela outra vez.
Quem é?
Uma rapariga qualquer, que o Tom levou para a cama e agora está obcecada. Não pára de chatear. Acho que devias ir “salva-lo”.

Levantei-me do sofá e dirigi-me á porta.
Hey, quem é Tom?
E quem és tu?
- Olhou-me de cima a baixo. Eu estava assim a modos que, á vontade. Calções super curtinhos de ganga clara, e um top amarelo.
Ela é a minha namorada – apressou-se o Tom a responder.
Right. – olhei-a fazendo-me de superior.
Sim, sim, o Tom? Namorada? Duvido. Porque não inventam outra?
Duvidas?
Virei-me de frente para o Tom e rocei os meus lábios nos dele bem lentamente. Toquei-lhe o nariz com o meu e beijei-o. Um beijo bastante demorado e intenso. (tinha de aproveitar :p )
A gaja passou-se e saiu a correr. Assim que me apercebi que ela já não nos estava a olhar, parei o beijo e afastei-me lentamente dele. Ele ainda tentou voltar a aproximar-se e voltar a beijar-me mas eu afastei-me. Com o pé fechei a porta, e voltei para o sofá. Sentei-me ao lado do Bill, lugar que ocupava antes de ir “salvar” o Tom. O Bill ria da minha atitude e do estado em que o Tom tinha ficado. Olhei-o. O Tom estava como que colado á parede e não tirava os olhos de cima de mim. Tinha um ar..digamos que..sonhador? :) Veio sentar-se junto de nós. Bem, vou até ao meu quarto. Ok. Tom, que cara de parvo é essa? Nem me digas nada. Bill, diz-me, quem é esta miúda? Como é possível? Ela..desde o 1º momento em que a vi…senti algo..ela é tão..especial…nunca ninguém me beijou como ela me beijou agora. Nunca senti nada assim…porquê que ela é diferente?
Depois do jantar, sentei-me no sofá ao lado do Tom. Estivemos a ver um filme e depois ficamos a conversar. Enquanto falávamos, trocávamos carinhos. Eu passava a minha mão no cimo da sua cabeça. Adorava passar os meus dedos por entre as rastas. :p Ele acariciava-me a face, o braço…Olhamo-nos por momentos. Cada traço, cada covinha…Passou o dedo nos meus lábios, tentou beijar-me. Tom, é melhor não. Porquê? Ok, não havia um porquê…não respondi. Aproximámo-nos, bem devagar e beijamo-nos..e que beijo ^^ Colocou a mão dentro do meu top. Parei. È melhor pararmos por aqui…Beijei-lhe a testa e subi para o meu quarto.
Passou-se uma semana. A minha relação com o Tom continuava na mesma. Éramos apenas bons amigos, mas as conversas, a troca de carinhos e de olhares, essas estavam lá e não enganavam ninguém.
Amanda, posso fazer-te uma pergunta? Claro. Tu gostas do meu filho Tom, não gostas? Ahm,..nota-se assim tanto? Acho que corei. Muito, minha querida. Basta olhar para ti. Pois, mas eu não quero sofrer..prefiro ter apenas a amizade dele. Compreendo. Mas olha que ele está diferente. Passa-se algo naquela cabecinha…
Estava deitada na minha cama, olhando o tecto. Ele estava mesmo ali, no quarto ao lado. Quase que conseguia sentir os seus movimentos dentro do quarto. A minha vontade era de lá ir e beija-lo. Deitar tudo cá pra fora, dizer-lhe o que sinto, sem pensar no depois. È isso, coragem, pensei.
Desviei o lençol, e mesmo descalça saí para o corredor. Bati. Entre. Entrei. Ele estava sentado na cama, de frente para a porta. Fechei a porta. Tranquei-a. Dirigi-me a ele e sem uma palavra, sentei-me no seu colo, de frente, e beijei-o. Fizemos amor. Sem pressas. Depositamos ali, naquele momento, todo o nosso amor, todo o nosso desejo. Queríamos os dois aquilo, há tanto tempo… Éramos um do outro. Olhamo-nos nos olhos. Apertei-o mais para mim no auge. És perfeita. Disse enquanto me acarinhava, deitado em cima de mim. Sorri e beijei-o ao de leve. Sabes, disse deixando-se cair a meu lado na cama e fitando o tecto, foi a minha 1º vez..Olhei-o. A 1º vez que fiz amor.
Amo-te
, segredei-lhe ao ouvido.
Fica comigo. Eu fico.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

51º capitulo

Nunca tinha visto o Tom assim tão emocionado. :)
O Bill ficou “maluco”.

Estávamos todos muito felizes.
Nove meses depois, estávamos na Alemanha, quando o Maik decidiu nascer. Estávamos em casa dos gémeos em Hamburgo quando comecei com as contracções. O Tom levou-me imediatamente para o carro e guiou a toda a velocidade para o Hospital.
O Bill e a Sara vinham comigo no banco de trás. Eu fartava-me de rir da cara do Bill. Ele estava mais nervoso que eu e o Tom juntos. :p

Hoje, 2 anos depois, estou em Portugal, na “minha praia” com a Sara a meu lado.Lá em baixo, junto ao mar, estão os homens das nossas vidas a correr uns atrás dos outros. Ouvimos eles a gritar, a rir..Pai, pai..põe-me no chão..tio ajuda-me…
Sara: Vou ter com eles. Vens?
Eu: não. Eu fico aqui.
Minutos depois o Tom veio ter comigo. Sentou-se a meu lado e beijou-me.
Tom: Amo-te. – disse roçando o seu nariz na minha face.
Eu: Também te amo. – sorri.
Tom: estás feliz?
Eu: estou muito, muito feliz Tom. Fazes de mim a mulher mais feliz do mundo. :)
Tom: e eu sou o homem mais feliz do mundo por te ter a meu lado. :)

Tom: estou desejando que esta pequenina saia cá pra fora. – disse com a mão na minha barriga que já estava enorme.
Eu limitei-me a sorrir, e a dizer um também eu.
Beijamo-nos.

Um mês depois a Amy nasceu, também na Alemanha. O Maik nasceu na Alemanha por acaso, mas no caso da Amy, foi uma opção nossa. Para além do serviço hospitalar ser muito melhor que o português, gosto da ideia de ter dois filhos alemaezinhos como o pai :p

O Tom é o pai mais babado deste mundo. Está sempre a mimar os filhos, a brincar com eles… :) O Maik é a cara chapada do pai, e a Amy, também tem algumas parecenças, principalmente no cabelo alourado, porque de cara é mais parecida comigo.
O Maik é louco pelo pai. È complicado quando eles estão em tour e nós não estamos com eles..o Maik já percebe as coisas, já sente a falta do pai, e leva o tempo todo a perguntar por ele.
A Amy ainda é pequenina demais para perguntar pelo pai, mas penso que já sinta a falta dele. E é giro ver que quando o Tom está presente, ela parece ter um brilhozinho nos olhos. Cá me parece que quando crescer mais um pouco e começar a perceber melhor as coisas vai ser exactamente igual ao irmão: louca pelo pai. :)
Também…como é possível não gostar do Tom? :p

E o Bill..ui, esse tem um orgulho nos sobrinhos…:)

Ahh, é verdade já me esquecia..a Sara está grávida…vem ai mais uma menina. :)
Nem queiram imaginar a reacção do Bill quando soube :)

Maik: Amy..agora, salta. – e zumbas, saltaram os dois ao mesmo tempo para cima do Tom que estava deitado no chão.
O Tom pega neles os dois ao mesmo tempo e levanta-os no ar.
Amy: weee..tamos a voar.. – e ria, ria muito.

Era tão bom ver aqueles três na brincadeira. Eles faziam-me rir de uma maneira… :p
Éramos uma família diferente, éramos todos demasiado novos, mas isso não nos impedia de ser a família mais feliz deste mundo. :)
E para além disso tínhamos a vantagem de nunca virmos a ser uns pais muito velhos. Iríamos sempre ter uma idade próxima dos nossos filhos e isso fazia com que tivéssemos uma relação mais próximas e talvez, estilos de vida idênticos. :p

Tom: vá meninos, e agora está na hora da caminha!!
Maik: ohhh.
Tom: tem de ser..vá, vamos embora. – disse pegando na pequena Amy ao colo.
Eu: eu ajudo-te amor.
Tom: não, fica ai. Eu volto já. – piscou-me o olho.

Minutos depois, voltou e sentou-se a meu lado no sofá. Olhou-me e fez um sorriso maroto que eu conhecia muito bem.
Tom: Enfim sós. :p

The End.

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